segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Para ler ouvindo: Vinícius de Moraes - Menininha

Hoje é um dia 31 qualquer, como tantos já existiram em trilhões de anos. Hoje as pessoas tomam seus ônibus rumo ao trabalho, sonhando com a hora do almoço e o fim do dia. Crianças circulam por parques, pessoas choram em casa por medo de multidões; Bebês nascem enquanto incompreendidos pulam de pontes em movimentadas avenidas em busca da última atenção do mundo. Sorrisos se elevam a gargalhadas e amores se despedem no aeroporto, ao lado dos que se reencontram depois de meses de saudades. O mundo não pára pra ninguém. Os dias têm irreversivelmente 24 horas, preenchidas ou não de boas sensações.
Hoje é uma segunda-feira quente comum, de muito céu e pouca nuvem. Repleta de engarrafamentos e greves que transformam a rua numa imagem em câmera lenta. Não há indícios de nada extraordinário nesta manhã.
Mas você, menina, nasceu num dia 31 como este há 17 anos. E hoje, dentro de você, tudo é transformado. Ainda que ninguém mais saiba ou se importe, sua vida se altera e se renova nestas horas, caminhando pra maturidade escrita e dita. Pras novas obrigações, novas regras deste jogo absurdo que é esxistir.
Hoje um ciclo se encerra. Velhos vão te dizer pela última vez que está virando uma mocinha e das vezes que trocaram suas fraldas. Somando isso à lembrança de tudo o que foi planejado e não feito, um nó se formará na sua garganta. Não chore, criança... Reviva o que foi perdido com nostalgia saudável e um sorriso verdadeiro. Passou, não volta, mas valeu. Ainda há muito a querer, o que acabou foi apenas a menor parte do caminho. E a mais irreversível.
Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você
Vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Seu bicho-papão

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eu olhei para ele. E ele me olhou nos olhos. E derepente tudo desapareceu, a única coisa que existia era eu e ele. Meus olhos encontraram os dele, e mundo parou de girar e o meu coraçao disparou e minha respiraçao ficou inregular. Seus olhos me hipnotizaram, me iludiram, me fez sonhar e acordar ali. Nao me lembro qual música estava tocando no momento, os sons nao chegavam aos meus ouvidos. A minha mente nao identificava nada, só conseguia me mostrar aqueles olhos penetrantes.
Tudo isso durou 3 segundos. Foi o suficiente para que na minha mente ficasse gravado aquela imagem que me fez sonhar. Os tres segundos que pareciam 3 horas. Os 3 segundos que amei aquela imagem que passava na minha frente, mas que nao se repetiu. Nao vi mais nada parecido. A minha mente só lembrava daquela imagem.Esquecerei. Sim, esquecerei aquilo que me fez sonhar, que me fez acordar naquele momento. Era apenas um sonho de carnaval.
Existem amores que duram, amores que morrem, amores que crescem e amores que nunca existiram. Porque o amor é como o fogo, pode ser devastador e destruidor, devorar florestas e cidades , mas também pode ter a intensidade de uma chama de fósforo, e se apagar mais rápido que um piscar de olhos. O amor que cresce com o tempo, que é feito entre carinhos e verdades, esse amor sim é para sempre. Ao contrário, o amor não passará de um pequeno devaneio.
Apenas sei seu nome e conseguirei indentificar aqueles olhos, aqueles olhos castanhos, que me fizeram sonhar em qualquer lugar. Ele não sabe que eu ainda tenho a imagem dele gravada na minha mente, nem sabe ao menos que os seus olhos me fizeram sonhar e acordar ali.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O carro, a música e a lua

Estou sentada com você ao meu lado. A sua mão segurando a minha me parece ser nesse segundo a unica coisa que realmente faz o mundo girar. Olho para as nossas mãos e quero uma página branca de Word pra escrever "o modo como você segura a minha mão faz o mundo inteiro girar."
Está ficando tarde e eu tenho que ir embora. Amanha é outro dia e eu recomeço do zero. Combinei comigo mesma que esse ano vai ser diferente, vou escrever sobre outras coisas e não mais sobre essa única coisa sobre a qual eu escrevo.
Chega um carro e estaciona perto do nosso. A música alta que se confundia com a do nosso carro.
E eu tento desfocar do seu rosto e foco no carro. Não quero mais a página em branco do Word. A verdade, meu querido, é que estou cagando para o carro e para a música. Você com suas mãos e com seu sorriso largo demais para o charme de maldade que você tenta impor. Você com esses olhos. Você com esse cheiro bom. O que é que você ta fazendo comigo? O que é isso que me da vontade do mundo parar agora para eu ficar aqui conversando com você o resto da vida? O que é isso que me da vontade de ficar abraçada com você o tempo todo?
Olhando para o carro com a música alta, Clarice faria um lindo texto sobre a solidão humana ou sobre o fim da vida ou sobre amizade sem palavras. Os barbudos melancólicos eternamente tentando inventar um novo jeito de ser antigo. Os barbudos melancólicos do Mercearia fariam um texto sobre essas pessoas trepando no carro, sobre a tentativa de não se vender ao sistema e contemplar a vida no meio do nada. Eles fariam esse texto e se celebrariam e se publicariam e se premiariam. E eles são escritores respeitados. Eu sou apenas a garota angustiada, de cabeça metralhadora, de maxilares travados de tanto que dói gostar tanto de tudo. Eu sou apenas uma garota que tenta ser amada. E sou amada profundamente por algumas horas ate a hora de ir embora.
Eu me pergunto se eu não devia lobotomizar o meu cérebro pra pensar menos, lobotomizar meu coração pra sentir menos, lobotomizar meu espírito pra estar agora menos obcecada por esse seu sorriso de lado.
E então eu falaria pouco e estaria em cima das apostilas estudando ao invés de estar abaixo das estrelas com você me abraçando. Ou que eu começasse então a escrever sobre o carro e a música. Quem quer bancar a menina que escreve sobre suores e sorrisos e cheiros?
Agora você penteia o cabelo pra trás e vai pegar mais bebida. Antes, você se esbarra inteiro no meu corpo, só pra me atordoar e só porque é bem legal ter uma garota como eu prestando tanta atenção em você.
Você se afasta um pouco e eu fico pirando em toda a sua beleza que flutua pelo mundo como uma música impossivel de tirar do repeat.
E eu jamais poderia escrever sobre o carro e a música, até porque eles desapareceram e eu nem percebi.
Agora estou em casa, troquei de roupa e fiquei lutando contra os pensamento que lutavam em vir.
Estou bebada, casanda, eufórica e a nestalgia toma conta de mim.
Não sei quanto isso vai durar, e sei que isso provavel não passe de hoje, mas mesmo assim não consico tirar a lembrança do seu beijo, do seu toque, do seu perfume da minha cabeça. Isso é loucura, eu sei. E também sei que vai passar mais rápido do que eu possa imaginar, mas vou tentar curtir isso do meu jeito antes que termine, o que tiver de ser será.
Amanha eu irei viajar e provavelmente você não se lembrará mais de mim, mas quando estávamos juntos eu olhei pra lua e por um segundo tive a impressão de que ela sorria.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Música

Mas se ele nem morava aqui, mas se ele não ficou mais do que uma semana com você, mas se já faz tempo que ele se foi, sem nunca ter sido.
Então o quê? Nem eu sei. Mas sei da minha agitação que já dura uma semana. O coração que subiu nos meus ouvidos. Gritando que sente falta e pronto.

Eu sinto falta de você perto de mim o tempo todo. E de sorrir mesmo estando numa fila gigantesca no aeroporto ou no mall, embaixo daqueles 78 graus de Santiago. Ou de ficar feliz pelo carro estar lotado e nós termos que nos espremer no banco de trás. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.
Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer lugar, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Agora, eu fico pelos cantos. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar.
Acho que nós dois poderias ser infinitos se fôssemos música.
Quando vai dando assim, umas onze da noite, o horário que a gente se procurava só pra saber que dá pra terminar o dia sentindo algum conforto. Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.
E daí se vai pra onde?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Você

É engraçado como as coisas são, verdade? Se alguém me dissesse que um dia eu me sentiria desse jeito quando estou com você, eu diria que esse alguém estava louco, porque não havia a menor possibilidade disso acontecer. Mas agora eu percebo que sempre foi assim, eu só estava ocupada de mais com outras coisas pra perceber.
Sei que o que eu estou sentindo por você é errado, inconciente e insensato, mas não posso evitar isso.
Sei também que um dia eu ainda vou encontrar alguém que me faça sentir o que eu só sinto com você, mas enquanto isso não acontece, me abrace. Me beije. Me faça sentir o que eu só sinto quando estou com você.
Você tem dezenas de garotinhas apaixonadas, mas por algum motivo você ainda me escolhe.
E eu queria que a gente tivesse uma bolha só nossa pra gente ser loucos e improváveis e protegido do lugar comum do mundo mediano adulto das pessoas que falam, que fazem suas coisas. E eu queria você com todos os cheiros e todos os cantos.
Porque nós deitamos juntos. Porque você pegou na minha mão. Porque você me abraçou do jeito que só você me abraça... Porque você fica nervoso quando estamos perto demais um do outro. Porque eu sigo fazendo de conta que é só nos dois. Você por uma semana e tanto amor.
E agora eu louca porque não se pode sentir, porque não se pode sentir em tão pouco tempo. Que tempo é esse quando o amor se apresenta tão mais forte e sábio que as regras de proteção? Quem quer pensar em acento flutuante quando se está voando? Quem quer pensar em pouso de emergência quando se está chegando em outro mundo melhor?
No fim eu sei que vai ser você e eu de alguma forma.
Afinal, amor de primo não acaba nunca !

sábado, 1 de janeiro de 2011

FELIZ ANO NOVO !!!

Acredito que tudo na vida tem um tempo determinado. Tempo de crescer, de amadurecer, de rever seus valores, suas ideias e crenças. Tempo de se permitir, tempo de chorar, tempo de sorrir, tempo de ser do mundo, e tempo de ser sozinha. O tempo das lágrimas e (des)ilusões passou... Agora é tempo de viver, e não simplesmente viver por viver; Chegou o tempo de perdoar, de si perdoar.
tempo de experimentar, conhecer, descobrir, sorrir, abraçar, beijar...
tempo de não ter vergonha, de querer bem, seja lá quem...
tempo de querer com mais doçura, de cuidar com mais carinho,
tempo de estar em paz: comigo, com você, com o MUNDO.