domingo, 3 de julho de 2011

E o vento vai levando tudo embora...

(...)
Tô esperando o dia que isso vai passar. Isso aqui, que eu falo descarada e cifradamente, mas sempre. Isso que espalho em cada linha, o tempo todo, o muito peneirado ao longo desses dias todos, soando pouco mas sem parar, nos intervalos dos reais intervalos. Tô esperando acabar, passar, morrer, sangrar até o fim. Esperando o tempo que acalma chamas com seus ventos de mil pés distantes. Esperando alguém que ocupe, distraia, desacorrente, solte, substitua, torne nada demais. Esperando não sentir mais amor e nem tesão e nem ciúmes e nem saudade. Esperando porque é o que resta mesmo, não é falta de coragem, não é de se fazer, é de se sentir e só. Nem sempre a força de um amor é pra sair as ruas, pra viver histórias. No meu caso, sozinha mesmo, precisando ninar esse enjoo de um filho sem pai, esperar que ele nasça morto e enterra-lo já sem dor. A gravidez do coração dura mais do que deveria e só expulsa seus filhos quando esses já nem existem mais.

Vamos ver até onde eu aguento dessa vez...